Quando eu era mais novo, meu pai era comerciante de rua, e todo fim de semana eu acompanhava ele fazendo entregas e tirando pedido. Certa vez, a gente entrou num mercadinho de um cara que estava iniciando sua vida no empreendedorismo. Para fins ilustrativos, vamos chamar esse cara de Ricardo. Resumindo a história drasticamente, o Ricardo era repositor de produtos em um mercadinho de bairro e alguns anos depois ele acabou comprando esse mercado que trabalhava. Hoje ele já tem 4 supermercados, 3 padarias e um monte de casa de aluguel. Uma pessoa visionária. E meu pai acabou fazendo amizade com ele.
Aí certo dia a gente foi convidado para ir em um churrasco na casa do Ricardo. E mano… Que casarão, isso que era no inicio da vida de empreendedorismo dele. Enfim, eu estava naquela fase de adolescente que não fazia nada de produtivo. O auge do videogame e futebol com os amigos. Não estava nem aí pra nada, o típico adolescente “vagabundo”. Na hora que entrei na casa do Ricardo, vi tudo o que ele tinha conquistado e parei para prestar atenção na conversa dele com meu pai, percebi que do jeito que eu estava levando a minha vida eu nunca chegaria no patamar dele.
A gente acabou dormindo na casa dele esse dia, e pensa numa casa foda. Era muito linda. No quarto que eu fiquei dormindo, tinha uma estante de livros, eu não me lembro muito bem quais eram, mas lembro de um: Do mil ao milhão, do Thiago Nigro. Naquele época eu nem sabia quem era esse cara, muito menos o que era investimento e bolsa de valores.
E depois desse dia, eu ainda continuei não sabendo e não tive vontade para aprender mais sobre. Quem teve? Meu pai. Achou que ia ter uma reviravolta na minha vida depois de tudo isso que vi, escutei e presenciei lá na casa do Ricardo? Teve, mas não como um estalar de dedos. Quem ficou online com isso tudo foi meu pai, ele deve ter tido uma conversa muito mais profunda com o Ricardo do que o que eu consegui pescar ouvindo de canto.
Após esse dia, ele criou a ideia de que ia começar a investir na bolsa de valores, por influência do Ricardo. Só que ele não sabia nada sobre essa área, absolutamente nada. Meu pai sempre foi um grande comerciante, o cara vendia o que quisesse para qualquer peixe grande da cidade em que ele trabalhava, um exímio comunicador. Mas de investimentos especificamente na bolsa de valores, ele entendia o mesmo que eu, ou seja nada.
E vendo que eu era aquele adolescente “nem nem”, jogou essa bucha para mim. Na real, ele perguntou se eu queria entrar nessa onda com ele e eu topei pela pressão de não estar fazendo nada e por ele saber que eu não estava fazendo nada. Não tive escolha, de certa forma.
Bom, a forma mais acessível de obter conhecimento gratuito é o Youtube, meu pai mandava todo dia vídeo do Thiago Nigro (provavelmente deve ter conversado com o Ricardo a respeito, visto que ele já tinha lido o livro dele) sobre investimentos, renda ativa/passiva, bolsa de valores e essas coisas.
Não vou entrar no mérito se o Thiago é só mais um guru de finanças que vende curso ou se é aplicável o que ele fala, hoje em dia eu não acompanho os vídeos dele e não acho que é o educador financeiro ideal para quem tá começando do zero. Para tudo tem que ter um filtro, aquele papo de cortar um cafezinho do seu dia a dia não rola. Na real de forma concreta, eu acho que nunca aprendi algo significativo com ele, para quem estava começando do zero como eu era muito técnico o que ele falava.
O que o Thiago fez por mim, foi me instigar a querer procurar saber mais. Porque eu via tudo aquilo que ele falava e não entendia absolutamente nada. Foi aí que eu achei um cara que mudou a minha vida. E esse mudou de fato. Breno Perrucho, com seu jeito de falar que batia com o linguajar dos jovem, entrou na minha cabeça de uma forma absurda. O conteúdo do cara é sensacional, o canal dele tem aulas e aulas de investimento, educação financeira, economia, o cara é brabo demais. Com ele eu dei um salto exponencial na minha vida.
Batia comigo o jeito que ele pensava e falava, eu sou extremamente grato por tudo o que ele mudou na minha vida sem nem mesmo me conhecer. Se eu invisto hoje é por causa dele, se eu tenho conhecimento financeiro para não me afundar em dívidas, é por causa dele, se eu tenho o hábito de ler hoje, é por causa dele. O cara revolucionou a minha vida. Eu sinceramente me espelhava nele. Hábitos que eu tenho hoje como ir para academia, ler, buscar conhecimento através de cursos e canais como o dele, investir, guardar dinheiro, grande parte é por causa desse cara.
O que isso de fato mudou na minha vida? Bom, o fato de eu ter mais conhecimento sobre bolsa de valores e investimentos do que 90% da população brasileira, me fornece uma baita de uma semente. Como assim uma semente? Se você entende o jogo da vida sabe que a maioria das coisas momentâneas não vão te ajudar em nada. O fato de eu tirar parte do meu mísero salário (na época eu ganhava uns R$600,00 trabalhando meio período de recepcionista e fazendo uns bicos de faxineiro e de garçom) me fez entender que o sacrífico de hoje significaria a conquista do meu futuro.
A educação financeira vai me proporcionar maior estabilidade no futuro, por que ninguém da minha idade investe na bolsa, a maioria nem sequer guarda dinheiro, e se tem uma coisa que eu aprendi de lá para cá, é que o tempo é o ativo mais valioso que existe. E se você começar a colocar os juros compostos para trabalharem para você desde muito novo, a curva exponencial que seus investimentos se tornarão é coisa de maluco.
Fora toda essa parte financeira, que já é algo extremamente positivo na vida de qualquer um, ainda mais em um jovem, o mais importante que eu adquiri ao investir na bolsa de valores foi tomar gosto por ser diferente no sentido de fazer coisas que a maioria da população não faz.
Porque vendo pessoas como o Breno Perrucho e como o Ricardo, eu percebi que a mediocridade não existe no dicionário deles. A maioria das pessoas não gosta de ir para academia, não gosta de ler, não se interessa em poupar agora para desfrutar ainda mais no futuro. Uma coisa que eu faço a uns 3 anos, mais especificamente a cada dia 01/01 de madrugada, é criar metas para o ano seguinte. E a cada ano é nítido a minha própria evolução. Mais uma das coisas que aprendi nessa caminhada de estudos sobre investimentos.
Você tem metas? Deve ter provavelmente. Começar na academia, perder peso, arranjar um trabalho melhor e todas essas falsas promessas. Mas metas concretas você tem? Algo tangível de fato. Ou só vive no automático pensando que está progredindo enquanto sua vida é um eterno efeito platô? Sem sombra de dúvidas um dos piores sentimentos que alguém pode ter é o de se sentir inútil. E eu tive por um bom tempo isso, porque eu realmente era um inútil. E eu estar onde estou hoje, fazendo o que faço, é por causa daquele dia na casa do Ricardo. E esse clique pode acontecer com você sobre qualquer área. As vezes você escuta uma música e gosta tanto dela, que chega ao ponto de querer tocar ela em algum instrumento. E isso pode abrir portas dentro da sua própria mente.
Se você não está progredindo, você está decaindo. Não existe zero a zero na vida. Pense nisso.