COMO NÃO FAZER AMIGOS NEM INFLUENCIAR PESSOAS
O manual reverso para quem quer ser odiado com excelência
🕯️ Você quer ser querido. Mas age como um espantalho emocional.
Fala demais. Corrige os outros. Quer vencer toda conversa. E depois se pergunta por que ninguém te escuta.
O clássico Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie, virou um manual de etiqueta emocional moderna.
Mas tem um detalhe que todo mundo esquece:
As pessoas decoram o que devem fazer — e ignoram o que jamais deveriam.
E é aí que tudo desanda. Este texto é o outro lado do espelho. Aqui, você vai ler um guia ao contrário. Não sobre como conquistar. Mas sobre como afastar.
Por quê?
Porque antes de aprender a influenciar alguém, talvez você precise parar de ser insuportável. Segue a linha. 🧵
Pense e fale somente sobre você
Você pode fazer mais amigos em 2 meses, interessando-se pelas outras pessoas, do que em 2 anos, tentando conseguir o interesse dos outros sobre você.
É o indivíduo que não está interessado no seu semelhante quem tem as maiores dificuldades na vida e causa os maiores males aos outros.
Ignore isso. Se você quiser fazer as pessoas correrem de você, ridicularizarem você pelas costas ou mesmo o desprezarem sem cerimônia, eis aqui a receita:
Nunca, jamais se mostre disposto a ouvir alguém por muito tempo.
Fale, fale e fale — de preferência sobre si mesmo.
Teve uma ideia genial enquanto a outra pessoa está falando? Interrompa na hora. Não perca tempo esperando ela terminar. Ela não é tão interessante quanto você. E convenhamos: se a conversa não for sobre você, nem vale a pena continuar.
Afinal, quem melhor do que você para protagonizar todas as conversas? Escutar os outros é perda de tempo — ninguém digno de atenção começa ouvindo.
O jogo é falar alto, falar muito e sempre voltar o assunto pra você.
Jamais se esqueça: seus problemas são os mais importantes do planeta. Pouco importa o que o outro sente ou pensa — ele que se vire para entender você.
Seja o centro. Sempre.
Fale tudo. O tempo todo. Exponha seus planos, sonhos, conquistas e até aquela ideia genial que teve ontem no banho. Quanto mais você fala, mais inteligente parece.
E se alguém roubar suas ideias? Perfeito — você ganha o papel de vítima e ainda atrai pena.
Dê opinião até quando ninguém pediu. Mostre que você é o farol da sabedoria no meio da escuridão alheia. Porque segurar a língua é coisa de gente insegura, né?
Fale sem parar. Interrompa sempre que possível. O segredo é simples:
Se você estiver falando, ninguém mais pode te corrigir ou — pior ainda — te ensinar algo. Ouvir é pra quem quer aprender. E você não tá aqui pra isso, tá? Tá aqui pra provar que já nasceu pronto.
Critique sempre que possível
Eu aprendi há trinta anos que é uma loucura a crítica. Já não são pequenos os meus esforços para vencer minhas próprias limitações sem me irritar com o fato de que deus não realizou igualmente a distribuição de dons de inteligência.
Esqueça isso. Comece dizendo:
Você está errado, completamente fora da realidade. Se eu estivesse no seu lugar, jamais pensaria como você.
Nada conquista mais respeito do que deixar claro, logo de início, que a opinião do outro é inferior à sua. Esse tipo de abordagem tende a despertar a verdadeira essência das pessoas — a raiva. E raiva, como sabemos, é a única emoção confiável.
Nunca desperdice seu tempo tentando compreender alguém:
Julgue.
Critique.
Ataque.
Se alguém for rude ou hipócrita com você, devolva na mesma moeda — ou pior. Nada de simpatia ou piedade. Isso é fraqueza. Gente forte despreza com gosto.
E lembre-se:
Se quiser garantir inimizades duradouras, cultive o ressentimento. Nunca perdoe. Não esqueça. Traga à tona o erro dos outros toda vez que puder. A crítica, quando feita sem qualquer empatia, é como um vinho fino: só melhora com o tempo.
Evite tentar entender o que levou alguém a agir de determinada forma. Pra quê? O julgamento imediato é sempre mais prático — e muito mais divertido.
Tolerância e bondade são virtudes superestimadas.
O mundo precisa de mais gente disposta a apontar o dedo, não a estender a mão.
Se estivermos certos e a outra pessoas definitivamente errada, envergonhe-a. Destrua seu ego. Ferir a dignidade do outro é o ato mais genuíno de autoajuda.
Deus deixa pra julgar os atos das pessoas no fim na vida, mas nós não podemos desperdiçar todo esse tempo. Temos a chance de fazer isso agora, todo dia.
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Nunca admita seus erros
Existe certo grau de satisfação em admitir o seu erro, não apenas alivia a sensação de culpa e a atitude de defesa, como também com frequência ajuda a resolver o problema criado pelo ERRO.
Nunca admita seus erros.
Reconhecer um erro é para os fracos. Gente mole, sem pulso. Admitir que errou é como tirar a armadura no meio do campo de batalha — só um idiota faria isso.
Você está sempre certo. Sempre. Quem pensa o contrário provavelmente está projetando as próprias falhas em você.
Errar é humano — mas assumir o erro é desumano. Inaceitável.
Afinal, quem são essas pessoas para te ensinar alguma coisa? Gente inferior, que mal consegue cuidar da própria vida.
Se apontarem um erro seu, é:
Inveja.
Ressentimento.
Eles querem diminuir você pra se sentirem maiores.
Não caia nessa.
E claro, quando alguém errar — não hesite.
Seja o primeiro a apontar o dedo. Acuse com firmeza, com gosto. É assim que se impõe respeito: esmagando a dúvida no berro e enterrando a humildade bem fundo.
Corrija os outros. Sempre.
Não importa o contexto. Não importa se foi só uma vírgula fora do lugar ou um detalhe irrelevante: corrija.
Mostre que você sabe mais.
Que você é superior.
Não deixe passar nenhuma oportunidade de expor o erro alheio.
Reforce o erro com ênfase. Diga “na verdade” com ares de mestre e ajuste a postura como se estivesse prestes a dar uma palestra. Isso impõe respeito.
E não se preocupe em como o outro vai se sentir. Sensibilidade é fraqueza.
Quem não aguenta ser corrigido publicamente que aprenda a calar a boca ou a falar certo.
A missão aqui é clara: fazer com que todos saibam que você está atento. Você é a régua. O corretor moral. O fiscal da verdade.
Lembre-se: apontar erros dos outros não te torna arrogante — te torna necessário. E é exatamente essa ilusão que vai te manter no topo da cadeia alimentar dos ignorantes com diploma.
Pegue aqui seu diploma de OTÁRIO
Agora que você aprendeu a ser um idiota completo — PARABÉNS.
Seguindo essas instruções ao pé da letra, você garante que ninguém vai querer estar por perto.
Vai afastar pessoas sinceras
Destruir conexões reais
Viver dentro da bolha do seu próprio ego.
Um verdadeiro mestre da antipatia.
Mas é justamente aí que está o ponto.
Esse texto foi escrito às avessas. Porque é mais fácil enxergar a verdade quando ela nos agride. Quando a ironia revela, com mais precisão que a seriedade, aquilo que evitamos ver no espelho.
Dale Carnegie, em Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, não escreveu um manual de manipulação — ele escreveu um guia de humanidade.
Só que a maioria lê buscando truques, e esquece do mais importante: não se trata apenas do que fazer, mas também — e talvez principalmente — do que não fazer.
Agora, talvez você consiga reler aquele livro com novos olhos. Porque entender o que afasta também é uma forma de aprender o que aproxima.
E o melhor jeito de não ser um idiota…
É saber, exatamente, como eles agem. Pense nisso.
Eu sou O Estrangeiro — e nosso próximo passo é sempre rumo ao desconhecido. 🌒🌌
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Tem mais gente lá fora perdida, sufocada — talvez essas palavras sejam o sopro que falta. 🌬️
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É um excelente texto para aprender algo novo diga-se de passagem. Eu já cheguei a ler o livro de Dale, que é excelente, mas acho que seja um experimento interessante: Releia a News porém invertendo ela novamente, e nós bons significados e atitudes, colocar o conhecimento em prática.
Deu ótimos insights e também pensar em soluções mais práticas! Parabéns pela News!