Quantos vídeos você já assistiu sobre produtividade? Quantos livros já leu sobre sucesso? Quantos podcasts já ouviu sobre hábitos e disciplina? Aposto que vários. Mas, no fim das contas, quantas dessas coisas você realmente colocou em prática?
A pessoa vê 10 vídeos sobre “o poder de acordar cedo”, lê 5 livros sobre “hábitos de sucesso” e escuta 3 podcasts sobre “como melhorar sua vida financeira”. Mas, na prática, continua acordando tarde, procrastinando e vivendo exatamente a mesma vida medíocre de sempre.
Eu sei bem como é. Já estive nessa situação. Me sentia inteligente e motivado, achando que estava evoluindo. Mas a verdade? Eu era só mais um acumulador de informação.
Se isso te soa familiar, segue comigo até o final. Você vai entender como essa masturbação mental está destruindo sua vida – e, mais importante, como sair dela. Segue a linha.🧵
Você está apenas “gozando” dopamina e chamando de conhecimento
Eu julgo que as pessoas para quem escrevo aqui neste perfil estão em busca de algo a mais. Não querem apenas seguir a manada e viver como todos vivem. Por isso utilizarei como base a ideia de que as pessoas que vão ler este post possuem uma rotina de estudos, leem e fazem cursos profissionalizantes.
Se você não busca evoluir intelectualmente e no momento não tem uma rotina de estudos, sugiro que não perca seu tempo aqui. Vou deixar uma recomendação nesta nota de rodapé sobre leituras e livros, que é um bom ponto de partida para você sair da inércia.1
Voltando ao tema, eu mesmo já permaneci por muito tempo me masturbando mentalmente. Se eu disser que não evoluí nesse meio tempo, estarei mentindo. Me desenvolvi e muito, mas poderia ter desenvolvido muito mais.
O fato de estar lendo já me coloca na frente de muitas pessoas, mas tem livros que eu olho na minha prateleira e penso: Cara, não me recordo de nada do que li. Isso faz parte do processo, tem livros que posso ter lido na época errada por não estar apto para adquirir aquele conhecimento, tem livros que eu tive uma leitura passiva e tem livros que realmente são ruins.
No meu 2º ano após estabelecer o hábito de leitura, peguei um livro de economia do Friedrich Hayek para ler. Irmão, eu não entendi uma palavra. Me propus a ler até o final, mas conhecimento adquirido? Zero.
Isso é importante porque expõe suas limitações — e reconhecer isso é o primeiro passo para melhorar. Mas se manter nesse ciclo vicioso achando que está evoluindo é mortal, pois seu cérebro se acostuma a pegar um hábito valioso e transformar ele em um simples recompensador barato de dopamina.
Porque assistir um documentário, fazer um curso ou ler um livro é sim gratificante, é uma sensação de conquista porque é algo que você tem que se doar para fazer. Mas quantas vezes você já pulou algumas páginas para passar aquele capítulo chato? Ou colocou o vídeo na velocidade 2x para marcar como “concluído” aquela aula.
Pegando pequenos atalhos apenas para concluir “mais uma etapa” mesmo que não tenha aprendido nada. O que importa é a prateleira cheia de livros que você “já leu”.
A gente se auto sabota e ensina nosso cérebro que o trabalho foi feito. Fica feliz e satisfeito por ter concluído mais um livro, mais um curso ou mais uma aula, mas no final são conquistas vazias.
Uma analogia que uso para isso é o seguinte:
Imagine que você está levantando uma casa tijolo por tijolo, passa a semana inteira construindo esse muro. Aí quando falta apenas um único bloco para terminar o trabalho, você acaba esbarrando e derrubando metade da parede.
Não entendeu? Te explico. Quando você está fazendo um curso online, por exemplo, e após assistir 5 aulas você começa a colocar os vídeos na velocidade 1,5x. Depois pula alguns pedaços entediantes do curso, depois alguns vídeos.
E então você finalmente termina o curso, mas perdeu aquela parte importante no vídeo pulado, desviou seu foco por alguns minutos e perdeu a linha de raciocínio.
“Eu li 10 livros esse ano”. E quantos você de fato aprendeu algo? Quantos você anotou partes, refletiu sobre, escreveu e colocou em prática? De nada adianta você ler 10 livros e saber falar de 3 deles.
Seu cérebro libera dopamina sempre que você completa uma meta, como terminar um livro. Mas isso nem sempre significa aprendizado real. Se a leitura for superficial e passiva, a única coisa que você terá conquistado é a sensação momentânea de prazer por “mais um livro para a conta”.
No fim, são apenas estatísticas vazias — muitas páginas viradas, pouco conhecimento absorvido, você está apenas gozando dopamina barata através de um hábito valioso.
O Esforço de Verdade é Doloroso — e Por Isso Você Foge Dele
Para se tornar mestre em alguma área de conhecimento você deve se dedicar piamente para aquilo. Eu sei como é o comodismo do estudo passivo - e a sensação que ele traz - mas para se tornar excelente naquilo que você faz é necessário se dedicar mais.
Como já disse, eu fazia parte desse time e tive sim uma evolução significativa após certo tempo. Mas olhando para trás eu percebo que poderia ter chego aonde cheguei em menos tempo do que levei. Entenda:
Estudo passivo - Ganho pífio no curto prazo - Ganho significativo após anos
Estudo ativo - Ganho significativo no curto prazo - Ganho exponencial após anos
Em ambas as estratégias você terá ganhos, apenas vai demorar mais para chegar ao destino se optar pelo caminho sem buracos na estrada. Te conto uma exemplo pessoal para você entender a diferença de estudo passivo e estudo ativo.
Eu tenho uma noção mediana a respeito de Bitcoin e sempre tive vontade de criar minha carteira, mas nunca tive atitude. Sempre consumia conteúdos a respeito dessa classe de ativo.
Mas nunca coloquei em prática, apenas assistia conteúdo de forma passiva. E sim, mesmo sendo passivo, foi importante eu ter assistido esses conteúdos e lido livros, mas no final o conhecimento só ficou guardado na mente, sem uso concreto.
Depois de tanto tempo procrastinando, finalmente resolvi criar minha carteira e comprar meus primeiros Bitcoins. Falar que eu manjo do assunto é mentira, entendo o conceito e entendo mais vagamente na prática, mas sai da inércia e finalmente adicionei essa classe de investimentos na minha carteira - e de forma segura.
Em um único dia eu fiz todo o processo para ter uma carteira segura de Bitcoin, mas demorei meses para fazer isso. E essa única experiência me ensinou mais do que meses de consumo passivo de conteúdo. Quando você estuda e aplica, o aprendizado se fixa de verdade — e o progresso acontece de forma natural e acelerada.
Como abandonar a masturbação mental e buscar resultados reais
Então, como sair desse ciclo vicioso? Como parar de consumir informação sem propósito e finalmente usá-la para transformar sua vida? Aqui estão três maneiras simples para começar agora.
Escreva ou anote - independente do lugar
Eu utilizo um bloco de notas simples para guardar tudo o que consumo. Seja livros, podcasts, vídeos, qualquer coisa que eu ache importante, eu guardo. Tenho familiaridade com o Google Keep, mas você pode usar qualquer aplicativo.
Além de anotar, tente ler suas notas para fixar ainda mais aquele conteúdo. E claro, não deixe de anotar. Se você lê um livro e não faz sequer uma anotação a respeito dele, leia de novo, pois foi uma leitura passiva.
Se mesmo lendo de novo, anotando e relendo todos os dias não for o suficiente, crie uma newsletter. E você não precisa criar com a intenção de crescer ou atingir outras pessoas.
(Deixo aqui uma recomendação nesta nota de rodapé, onde mostro a criação da minha newsletter, que tinha como foco primário apenas a retenção de conhecimento e o estudo ativo - que é o que estou te propondo).2
Escreva para você, o foco é no seu desenvolvimento. Tire da cabeça e coloque em algum lugar. De nada adianta um baú cheio de ferramentas se você não usar elas para alguma coisa.
Ensine outra pessoa
Você já ouviu aquela frase: “O pouco que você sabe pode ser muito para o outro”. Uma das melhores maneiras de você aprender é ensinando. Por quê? Porque ao ensinar alguém você não pode sair falando qualquer coisa, tem que ter algum embasamento, e isso leva você a estudar para ensinar.
Você também pode trocar o termo “ensinar” por “ajudar”. Se você quer aprender mais sobre finanças, por exemplo, e está fazendo um curso online, porque não passar adiante esse conhecimento que você está adquirindo?
Se você sabe que tem aquele amigo que não consegue se controlar e gasta demais no cartão, porque não ensinar algo que você aprendeu? Dessa forma, você fixa o conteúdo na sua mente e ainda ajuda seu colega.
Quando eu estava na escola meu método de estudos era mais ou menos isso, mas no caso eu ensinava a mim mesmo. Lia os textos da apostila e perguntava em voz alta:
- Qual foi o impacto da Guerra Fria no século passado?
Ai eu respondia isso, isso e aquilo. Dessa forma eu fixava o conteúdo por estar me ensinando. Você pode ajudar alguém, gravar um vídeo, qualquer coisa. Exponha suas ideias sem medo. Se você estiver errado e te corrigirem, você vai ter um ganho extra por aprender o correto tentando ensinar.
O conhecimento não aplicado é peso morto. Se tudo que você faz é consumir conteúdo sem colocar nada em prática, sua mente está se tornando um cemitério de ideias não vividas.
O verdadeiro aprendizado acontece no erro, na tentativa, no acerto e na adaptação. Então escolha: continuar acumulando informações sem valor real ou transformar tudo isso em experiência. Seu cérebro pode ser um depósito de dados inúteis ou uma forja de resultados.
Pare de se masturbar mentalmente, a decisão é sua. Pense nisso.
Este texto ganhou vida e agora tem um curta metragem no Youtube. Se você ficou fascinado com esses ensinamentos, vai se surpreender com o vídeo. 👇🏼
Eu sou O estrangeiro, e o nosso próximo passo sempre será em direção ao desconhecido.
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6 MESES ESCREVENDO NEWSLETTERS: O QUE ACONTECE QUANDO VOCÊ SE COMPROMETE
No começo de Setembro de 2024 eu tomei a atitude de finalmente expor minhas opiniões e ideias em alguma rede social. Sempre tive vontade de criar algum canal no Youtube, mas era muito trabalhoso editar e produzir conteúdo para aquela plataforma do jeito que eu queria.
Muito bom mano queria que me dissesse como começar uma newsletter também
Excelente texto 👏🏻