Enquanto escrevo estas palavras, estou lidando com dores físicas que, inevitavelmente, transbordam para o mental. Não é nada grave, mas me impede de fazer o que quero. E isso me leva a um questionamento inevitável.
Não sei quando isto será publicado, estou escrevendo dia 01/04 . Apenas vamos ter uma conversa sincera e tentar entender o que a dor pode nos ensinar ou melhor: A dor ensina? Segue a linha.🧵
A teoria de que tudo o que está bom, uma hora vai piorar
Sempre fui o tipo de filho que não dava dor de cabeça pros pais. Meus erros existiam, claro — como qualquer um. Mas nunca deixei de correr atrás, nunca fui daqueles que pareciam ter desistido da vida. E, por conta disso, muita coisa passou batido para quem via somente o externo — se você também é esse tipo de filho, sabe o que estou dizendo.
Sempre me considerei - e me considero - uma pessoa do bem, alguém que tenta fazer as coisas de maneira correta. Em grande parte da minha vida nunca quis prejudicar ninguém.
Toda vez que algo ruim acontecia, lá vinha a pergunta: “Por que comigo? O que eu fiz pra passar por isso?” Em meio a tanta gente que faz mal aos outros e a si mesmo sem um pingo de culpa, eu não entendia por que parecia que a dor escolhia sempre o meu endereço.
Às vezes parece que o mundo é injusto, como se não valesse a pena seguir princípios e ser uma pessoa boa.
Quando as coisas estão indo bem, meu relacionamento está estável, minhas finanças estão controladas, meu físico está evoluindo, minha mente está expandindo, parece que algo sempre vai vir e arruinar essa fase boa.
A vida é como uma ascensão constante por meio de um balão. Você segura firme e ele o leva para o alto, permitindo que veja o mundo de uma nova perspectiva. Mas assim que começa a subir ainda mais, a vida, implacável, fura o balão. E então você despenca, voltando ao ponto de partida.
O que fazer? Aceitar a queda ou encontrar um jeito de subir novamente? É como se ela desse um gostinho de que as coisas realmente terão um final feliz, para depois te dar um soco na cara e mostrar que aqui é um lugar hostil.
Então sempre que minha vida vai bem eu penso:
- Cara, alguma hora vai dar alguma merda. Eu não sei o que e não sei como, mas as coisas andam boas de mais para se perpetuarem por mais tempo.
E de certa forma faz sentido, a vida é uma constante montanha-russa entre altos e baixos, mas pode ser fatal você achar que vai permanecer no topo para sempre. E quando a vida vier — e ela vai vir — e te derrubar, você pode ficar desnorteado sem saber o que fazer.
E muitos realmente não conseguem se encontrar.
Vou esclarecer um pouco mais sobre o que estou passando para pegar como exemplo. Eu julgo que fazia uns 6 meses que não acontecia alguma coisa que considerasse ruim de fato - Obs: cada um com sua realidade, esta é a minha.
Então semana passada, simplesmente do nada, a musculatura da minha coluna travou. Por conta disso, eu tive que ficar 1 semana em repouso sem poder ir na academia, jogar basquete ou fazer qualquer coisa sem pensar naquela dor.
Então pensei: “Cacete, mas o que foi que eu fiz para que DO NADA minha coluna travasse, logo eu que me cuido, faço exercícios físicos, durmo bem, enquanto a maioria das pessoas tá cagando para a própria vida. Justamente EU tive a felicidade de ficar 1 semana com a coluna fudida.”
Certas coisas as vezes não tem explicação, elas só acontecem. Hoje é o 7º dia deste repouso, estou quase 100% recuperado. Já estava animado para voltar a minha rotina normal e poder viver sem pensar que tem algo de errado.
Mas aí a vida veio e me deu outro tapa na cara. Simplesmente acordei com uma senhora dor de barriga acompanhado de problemas intestinais. Passei metade do dia com dores semelhantes a cólica - vocês mulheres são realmente fortes por terem essa dor todo mês.
Novamente pensei: “Cara, não é possível. Eu já fiquei 1 semana com a coluna ferrada e agora vou ter que ficar mais 1 ou 2 dias com problemas intestinais? O que foi que eu fiz para merecer isso?
A dor física tem um poder sutil — ela chama a dor mental pra dançar junto.
Do nada, pensamentos pesados aparecem, como se estivessem esperando só uma brecha. No meu caso, entre as dores na coluna e os problemas intestinais, minha mente entrou de penetra na festa da dor.
E o pior: começa a soprar no seu ouvido tudo o que você não quer ouvir. Inseguranças, comparações, medos — como se de repente você estivesse brigando contra fantasmas que nem existem.
Enquanto estava gemendo de dor na cama me lembrei desta ideia e resolvi escrever a respeito. Tudo o que está bom, uma hora vai piorar. Você não vai saber quando, não vai saber como, mas saiba que uma hora vai dar alguma merda.
Se faz muito tempo que não acontece nada de errado, desconfie e fique alerta, porque em breve alguma coisa negativa vai aparecer na sua vida.
Afinal, a dor ensina?
A única coisa frutífera que podemos tirar da dor é a nossa resiliência mental. A mente é mais poderosa que o corpo, apesar de meu físico estar doente, minha mente só aparenta estar, porque se realmente estivesse, eu nem teria forças para estar escrevendo isto.
David Goggins é a maior prova disso, tudo o que escrevi na newsletter “3 COISAS QUE APRENDI COM O CARA MAIS CASCA GROSSA DO MUNDO” é sobre o que a dor ensina:
As experiências de vida negativas ajudam a calejar a mente. Lembro-me do meu primeiríssimo dia na academia. As palmas das minhas mãos eram macias e logo ficaram feridas nas barras por não estarem acostumadas, após milhares de repetições, minhas palmas criaram um calo grosso para se proteger.
O mesmo princípio se aplica à mentalidade, Se você não passar por sua mente com dificuldades como abuso e bullying, fracassos e decepções continuará macia e sensível.
A maneira como esses calos vão funcionar depende de você. Se decidir se ver como uma vítima das circunstâncias até a idade adulta, esses calos se transformarão num ressentimento que vai proteger você de tudo que for desconhecido. Você se tornará demasiado cauteloso e desconfiado, e possivelmente terá raiva demais do mundo.
Só que nada disso tornará sua mente resistente.1
A sua resiliência mental deve ser maior que qualquer coisa. Eu sei e entendo a teoria de que tudo o que está bom, uma hora vai piorar, pois entendo que a vida é esta realidade dura.
Como diria o Professor Pedro Calabrez:
O mundo é este aqui, com seus desejos e suas dores. O mundo é só o mundo e nada mais. O céu é vazio, nele não há azul. A salvação é este vazio mesmo. A compreensão da ilusão. A aceitação do desespero.
Tenha em mente que a vida não é um conto de fadas, as coisas não permanecerão boas para sempre. Sim, nós temos que buscar essa felicidade, mas temos que entender que ela não é eterna, e que na maior parte do tempo presenciaremos justamente o contrário.
De certa forma posso estar escrevendo isso enviesado por estar numa fase ruim, mas quem escreve quando a vida é um mar de rosas não estaria influenciado pela alegria passageira daquele momento?
Isso não é pessimismo, é analisar a realidade como ela é. Sem fantasias.
Essa fase ruim que você está passando é apenas para mostrar a si mesmo que consegue superar o que quer que seja. A dor nos puxa de volta para terra firme, nos mostra como a realidade é nua e crua.
A vida não é uma escada onde você sobe infinitamente para cima, ela se assemelha mais a variação de uma bolsa de valores.
Haverá dias em que tudo parecerá dar errado. E outros em que a vida fluirá com leveza. Se você se apega só ao agora, a um recorte isolado da sua história, corre o risco de achar que ela não vale a pena.
Mas, assim como no mercado financeiro, é no longo prazo que os resultados se revelam. Oscilar faz parte.
E quando a dor aperta, é comum pintar aquela nostalgia traiçoeira — a ilusão de que o passado era sempre melhor. Mas cuidado: nem toda lembrança é fiel ao que realmente foi. Essa nostalgia fictícia é cruel.
Como diria Tyler Joseph:
Wish we could turn back time, to the good old days
When our mama sang us to sleep, but now we're stressed out
Nós esquecemos do que vivenciamos, mesmo que seja um passado recente, como ficar pensando que 7 dias atrás eu estava na minha melhor forma física, sem dores ou lesões.
E quando essa fase ruim passa, você novamente se conforma que na vida só acontecem coisas boas.
Como se essas dores que você sofreu fossem apagadas da mente. Mas tenha ciência de todos os momentos ruins que você já passou, para estar preparado para os problemas futuros que virão.
A dor nos derruba, nos testa e nos molda. Mas será que realmente aprendemos, ou apenas sobrevivemos? A resposta eu deixo para você. A dor realmente ensina? Pense nisso.
Eu sou O Estrangeiro, e o nosso próximo passo sempre será em direção ao desconhecido. 🌒🌌
Este texto pode ser só mais um. Ou pode ser o primeiro passo de alguém que estava prestes a desistir. Se isso aqui mexeu com algo dentro de você, não guarda só pra ti.
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📢 Espalhe como quem acende uma vela em meio à escuridão.🕯️
Não por vaidade, mas por empatia. tem mais gente lá fora se sentindo deslocada, perdida, sufocada — e talvez essas palavras sejam um sopro no peito de alguém que precisa. 🌬️
O mundo já tem seguidores demais. Torne-se um estrangeiro. 🚶♂️🌍
3 LIÇÕES QUE EU APRENDI COM O CARA MAIS CASCA GROSSA DO MUNDO
David Goggins não é um cara muito conhecido no Brasil, provavelmente você não deve conhecer ele. Mas mundo a fora, principalmente nos Estados Unidos, ele é uma lenda. Vou te mostrar umas métricas dele para você ter uma noção: 13 milhões de seguidores no Instagram, mais de 6 milhões de cópias de seus dois e únicos livros “Cant Hurt Me” e “Never Finished…